quinta-feira, 12 de março de 2015

Foi dada a largada!

por Katia maia

O primeiro dia de aula, na verdade, foi o segundo. Isso, porque não fui à aula inaugural. A aula magna de acolhida aos calouros. Achei que era um pouquinho demais ir para o evento de recepção para os calouros. Algo que, digamos, está um pouco fora da minha proposta três décadas depois.  O momento é outro, a proposta é outra, então, a ansiedade é outra.

Dessa forma, enfrentei a sala de aula no segundo dia de aula. A primeira disciplina: Introdução ã Linguística. Claro que, por contingencias do dia a dia e da minha rotina, cheguei atrasada. Aliás, essa será a minha rotina já que, na terça feira, tenho que pegar meu filhote no curso depois do meu trabalho e somente depois vou para a UnB. Beeeeeeeeem diferente da minha realidade de 17 anos, quando tudo era não ter compromisso a não ser estudar.

Agora, filhos, trabalho, contas, casa etc
Mas, como tudo novo é desafiador, chegue na sala de aula com quase uma hora de atraso. A turma lotada - pelo menos umas 40 pessoas. O professor novinho e eu... Eu começando uma nova fase. Abri a porta, dei boa noite e enfrentei.

De cara, o professor me deu duas folhas com as diretrizes do curso e continuou a explicação. Tudo muito diferente da primeira vez: falou em material por email, blog, pesquisa na web etc. Olhei em volta e pensei se 99% da turma fazia ideia de como se fazia uma pesquisa há três décadas, como se preparava um seminário (será que ainda usam esse nome?), como se elaborava um trabalho para entregar?

A julgar pela idade do professor, nem ele tem ideia. Ri para mim mesma e numa olhadela à minha volta, percebi que tenho dois amigos 'velhuscos'. Ambos coleguinhas com cabeça branca e idade compatível com a minha. Fiquei feliz! Vai dar certo! (Pensei).

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Próxima etapa, o registro!

Fila para fazer o registro
Não posso negar que foi muito estranho e vivi um misto de saudosismo, felicidade, frio na barriga e uma pitada de apreensão por estar voltando à UnB para fazer meu registro. Claro, que o meu pânico era de me sentir deslocada, uma senhora no meio da meninada. E, é claro novamente, que eu vou ter que enfrentar essa situação por muitas outras vezes nessa minha jornada universitária.

A verdade é que, quando cheguei lá encontrei o Posto Avançado para registro, encarei uma fila bem eclética. Tinha muito jovem, muitos pais levando os jovens e duas pessoas que regulavam comigo, mas que estavam sozinhos. "Das duas uma", pensei: ou eles estão com procuração, fazendo a matricula dos filhos ou estão na minha situação de velhuscos de volta aos bancos universitários.
Registro feito

Um deles estava na mesma situação que a minha. Um senhor, da minha idade que estava se matriculando para o curso de filosofia, pelo que pude ver na sua ficha.  Fiquei feliz, não estou sozinha nessa empreitada. E não estou mesmo. Estudos mostram que é cada vez maior o número de velhuscos nos bancos universitários.

Ao entregar a papelada para a matrícula, a moça me pediu o histórico escolar. Eu olhei para ela e ri:

- Oi? Tem pelo menos 30 anos que terminei o ensino médio que, na época chamava-se Segundo Grau. Você acha mesmo que eu tenho histórico escolar.
ela me olhou e com uma expressão de quem "caiu a ficha", riu também e disse:

- É mesmo! Nem reparei. Agora que eu vi que você trouxe o diploma de conclusão de outro curso. (Riu)
Kit boas Vindas?

Foi engraçado e me diverti ainda mais quando recebi uns papeizinhos e num deles dizia que eu deveria guardá-lo para que pudesse receber o kit "Boas Vindas". Fiquei imaginando o que seria esse kit. Bom, se eu tiver disposição de ir na 'Cerimônia Especial de Boas Vindas', talvez eu descubra.

Biblioteca
Na verdade, estou feliz com o novo desafio e não me fiz de rogada. No mesmo dia em que fui efetivar o meu registro, aproveitei e já fui providenciar a minha carteirinha de estudante. Para tirá-la, tive que ir à biblioteca da UnB, local que eu não frequentava há pelos menos 25 anos.
De novo, lá estava eu, na fila, atrás da garotada, esperando a minha vez de me sentar e tirar a fotinha que
agora é digital e feita na hora. Show! Os tempos mudaram, eu mudei, o mundo mudou, mas a UnB continua lá, com os desafios, encantos e desencantos que tanto me desafiaram e continuam me instigando.

#quemviververá 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Trinta anos depois...

por katia maia

Resolvi fazer esse blog quando recebi a notícia de que havia passado no vestibular, no ENEM, para ser mais correta. Na segunda chamada da Universidade de Brasília, UnB. fui selecionada para o Curso de Letras e Tradução, Espanhol. Um antigo sonho meu: voltar para a UnB e terminar algo que ficou aberto no passado.
Na década de 1980, quando fiz vestibular, passei para Letras e Tradução. cursei alguns semestres do curso, mas tive que ir para Recife, transferida com meu pai que era militar na época e ia servir na capital pernambucana. Fiquei um ano por lá e quando retornei a Brasília, descobri que eu não havia trancado o curso corretamente e por isso havia sido jubilada.
Sabe aquela coisa mal resolvida em nossa vida? Pois assim foi com esse curso durante muito tempo.
Agora, sei lá por que, me deu na cabeça de tentar um ENEMzinho só para ver no que dava e num é que deu!
Passei!!!
Agora, exatos 30 anos depois, estou eu de novo aprovada para Letras e Tradução, dessa vez em Espanhol.
Vamos ver o que acontece...